segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Carta aos portugueses



Olha quem vem lá!
Na contramão das utilidades contemporâneas
Desponta a saudade nas pompas de um futuro prometido
Que definhe o ego nacional

Sonhar em demasia
Viver para com o passado
Não resolve nada
É porque nos olhos da memória ressoam ecos

Sons de um passado triunfante
Ecos conservadores curtidos em sangue colonial
Olhos embaçados de uma saudade torta
Olhos engolidos pelo mar da ganância

O velho mar não perdoa
Seus filhos habitam terras alheias
E vocês andam a chorar saudades sem fim
Acordem oh Portugal adormecido

Acordem meu irmão mais velho
Minha mãe zangada
Meu pai bonachão e repleto de mansidão
Para ... tudo

Acordem
E percebam a nova colonização
Colonos sem pátrias
Colônias sem fronteiras

Ou como disse o poeta moçambicano
Recolonialismo
Não nos falta gente e palavras
Falta-nos entendimento e coragem

Falta-nos união
Deixemos a entonação para os puristas
As palavras ainda são de nossa mãe
Colemos o ouvido no entendimento

Se esta carta chegar ao velho continente
O que duvido
Perdoe-me o estilo
Mas mande um abraço na tia

E um beijo na velha sombra da saudade

domingo, 29 de novembro de 2015

A guerra 2




Mais uma guerra na conta
Mortes a La carte
Bombas que não escolhem terroristas
Não escolhem fronteiras

Jogadas a esmo
Na esperança falsa de matar as ideias
Lideres fracos e oprimidos por
Uma opinião publica

Distorcida do que devemos querer
Eu que sei não nada
E que não quero saber
Debruço-me sobre as palavras

Observo a história como
Aquele que não deve nada
Não prova nada
Mas vejo toda a realidade se repetindo

Erros das violências justificadas
O que nos diferencia?
Quando aceitamos bombardeios
O que nos diferencia meu caro leitor?

Nada

Alguns exaltados diriam
É guerra
E na guerra os limites humanos se embaçam

Já ouvimos este argumento antes
É sempre o justo que mede
A medida dos que sobrevivem
Que usa da borracha do esquecimento

O que nos diferencia meu caro leitor?

Nada

Continuamos presos na caverna
Planejando
O próximo alvo
The next village

O que nos diferencia meu caro leitor?

Nada

Podemos construir nossas cavernas
Construir maquinas extensoras de minhas querencias
Maquinas de satisfação pessoal
Mundos perfeitamente inexistentes

Mas o que nos diferencia meu caro leitor?

Nada

Seremos um ponto na história
Sempre uma transição para algo
Que ainda não é
Uma passar eterno do acontecer alem

Uma ignorância necessária do discurso
Não nos iludamos com os ídolos da historia
Eles passaram
São transitórios como todo o momento o é

O que nos diferencia meu caro leitor?

Nada

Podemos tomar café nas alturas
Observar profundas grutas oceânicas
Ou mesmo enviar mensagens de marte

Mas no fundo
O que nos diferencia meu caro leitor?
Somos completamente diferentes
Perfeitamente iguais

Somos os responsáveis
Por cada bomba jogada
Por cada ódio alimentado

E não me venha com esta
De conclusões de nossos tempos
Somos responsáveis
Cada inocente morto em combate

Cada criança que não aparece nos noticiários
Somos responsáveis

Quando a morte me exigir o pagamento da vida
E na ultima consciência eu me perguntar
O que deixaste pra vida meu caro amigo?

Sem pressa
Responderei a mim mesmo
Deixei meus filhos

E uma esperança de paz em seus corações

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Poema estudo sobre o silêncio



(3 Segundos)
Poema estudo sobre o silêncio

... (1.5 Segundo)

Existe o silêncio que inicia a fala
Silêncio ... Principio
Justa medida para dar espaço
Para abrir a porta na sucessão dos sons

... (1 Segundo)

As vezes o silêncio traz um retorno necessário
Um eco substancia
Estilos e tempos internos
Daquele que vos fala

...(0,5 segundo)

O silencio fica curto
Quando queremos aproximar as ideias
Chamar a atenção para uma quebra
                                                                              ... (0,5 segundo)
Ou um desenrolar dos versos e das metáforas

...(2 segundos)

No fundo o silencio controla a vida
Nos sucessivos respirar dos que falam
Alinham as inspirações
Harmonizam a ventilação dos que comungam do mesmo silêncio

...(4 segundos)

O silencio pode ser desconfortável e constrangedor
Sugerir finais intermináveis
Suspender os ares e toda expectativa
De serem boas as palavras ou demasiadamente pesadas

...(2 segundos)

O silencio traz alivio
Um entendimento epifanco por entre os versos
Sentimentos eternizados nas diástoles do coração do ouvinte
Curvas orgasmicas do amar a realidade

...(1,5 segundo)

O silencio projeta as sombras de nossas palavras
Reflete por entre os sons
A incompreensão necessária dos que falam
Ruído eterno da vida

...(2,5 segundos)

Ah ... O silêncio

...(2 segundos)

Sustentação dos que vivem
Simbolismo absoluto dos que morrem
Substancia ... primeira da saudade
Objetivo ... ultimo da linguagem

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O silêncio que precede o caos



No fim do jogo, o rei e o peão voltam para mesma caixa
Provérbio Italiano


Abram-se as janelas
Deixemos a realidade entrar em nossos retinas
Imagem desbotada de uma janela voltada para outra
Um não vista para lugar algum

Um caixa que se chama apartamento
Fresta de nome janela
Carros que parecem não haver pessoas
Portas que se trancam como grades

Eis que o servo moderno é seu melhor carcereiro

Trancam-se na instituição do medo
Sentem eternas melancolias de uma realidade perdida
Uma saudade que nunca se esgota
Que escorre pelos azulejos da cozinha

Ah servos modernos
Livra-voz deste acordo invisível
Que vos cega do mais ordinário dos acontecimentos

Olhem ali ... Bem adiante

Uma flor amarela
Nasce na quina do muro
Recolhe o pouco de sol
Nas sombras de uma cidade suja

Quanta beleza filtrada nos olhos do cotidiano
Obediências camufladas nos costumes
Artificialidades naturais do dia a dia

Olhem ali ... Servos modernos
O silencio
Denuncia

Sua mais profunda solidão

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Tempos estranhos




O sons corroem o silêncio
Retiram do nado sua existência
Perene existência sonora
Vibrações de minhas cordas internas

Se harmonizam com o que devo desejar
Ou devo ser
No fundo o que devo
é prosseguir vibrando vivendo

Mas Gerundiar os verbos
Não resolve nada
Os sons continuam latejando cá dentro
Ecos muito alem de minha querência

Ecos de uma realidade
Que não concordo não controlo
E se esfarelam no vento de minhas retinas
Se escondem no fundo de minhas palavras

Não vou lutar esta luta vã
Não vou me embrenhar neste radicalismo torto
Mas os ecos teimam em ecoar
Mantenho-me ereto e alerta

Me Reservo ao espaço do silencio
Agarro-me a História
E me convenço
Isso vai passar

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Aos poetas


O poeta é aquele que caminha nas sombras das palavras
Degusta cada verso
Cada estrofe
Cada metáfora

O poeta destila do silêncio sua própria música
Música interna das palavras
Nas rimas ele é flui desinteressado
Como o pulsar da vida

Os nossos poetas tem o silêncio é a saudade
Uma solidão fundada pela História
Feridas profundas
Lavadas nas águas de um oceano Atlântico

Nossos poetas são amazônicos
Andinistas, pantaneiros, sertânicos ...
E toda adjetivancia
Que não se substantivou

Nossos poetas são poetas
Comum, regulares geniais
Poetas do lado de cá do Atlântico
No avesso da história

Ainda poetas

Inúteis e indispensáveis

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Correndo pra vida


Corre que o ônibus já vem
Corre para sentar no lugar que te serve
Corre os apressados em vencer na vida
Corre corre dia a dia

Na primazia do um
O dois é secundário por natureza
O três coitado nem se fala
Se perdeu nas quinas da realidade

E continuam correndo
Como se o correr endireitasse o tempo
Ajuste de uma engrenagem fina
Eles querem a sua vida

Apenas em horário comercial
O resto que sobra
Que corram pelas ruas e avenidas
Se escondam nos becos e nos subúrbios

Mas segunda feira
Dia útil
O relógio não perdoa
Então corra que o tempo é curto

A vida é curta

Ah! Um dia ainda hão de acordar deste pesadelo
E quando este dia chegar
E as pernas pararem de correr nas ruas e avenidas

Irão perceber
Que quem corre não caminha
Quem olha não enxerga

Quem ouve não escuta

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Um murmúrio no silêncio


Que sei eu das coisas?
Escolhi o silencio como quem troca de roupa
Eis que vejo velhos discursos se reinventando
Velhos ódios correndo mentes liberais

E me escondo nesse silêncio
Vou consumido frases clássicas
Vivendo minha crise para com tudo
Sofrendo das desinformações diárias

Um ceticismo curtido
Vai invadindo as cabeças eruditas
O poder pelo poder
Invade todas as castas bem informadas

Até onde vão com estas disputas?
As vezes julgo até não haver disputa
Apenas carniceiros roendo as costelas deste Brasil
Desinformados

Ainda não sabemos o que somos
O Brasil alem do futebol
Estamos carregando esta novidade
Apurando nossos ouvidos internos

E para isso
Devemos ouvir os que nunca falaram
Mesmo que as palavras pareçam truncadas
Os olhos nunca mentem

Mesmo diante da mais profunda dicotomia
Os olhos nunca mentem
As palavras não tem donos
Elas tem oportunidades do entendimento

Me perdoem este murmúrio silencioso
É apenas agonia dos que calam
Reverberações de uma solidão programada

Sou servo e senhor de minhas palavras

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Errante no exílio


Todas as vezes que achei a verdade
A minha verdade que seja
Errei tão profundamente
Que o constrangimento me veio a face

Todas as vezes que fui confiante
Que não pensava no próximo passo
Errei em não duvidar do caminho
E as pedras ralaram meu joelho cansado

Todas as vezes
Que pus palavras no pensamento
Elas me ignoravam
Me escapavam pela porta da frente de casa

Velhas amigas confidentes
De minha solidão
Velhas companheiras
De minha ignorância para com o tudo

E eu ainda tento compreende-las
Ah! Como são profundos os abismos desta vida
Como são surpreendentemente novas todas as palavras
Mesmíssimas novidades diárias

É bom estar enganado de si mesmo
Erro necessário do porvir
Amanhã quando sol nascer no horizonte
Estarei certo que estou sempre a errar por ai


Errante solitário no exílio

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Agonia no silêncio


Quero falar mas não posso
As palavras não traduzem
Este silêncio

Quero falar mas não posso
Misturo política partidária
Com o meu cotidiano roto
Devidamente martelado

Quero falar mas não posso
Estas infinitas tardes solitárias
Que aprumam estes versos em que caio
Destilam o silêncio desta agonia

Quero falar mas não posso
Vivemos tempos obscuros e voláteis
Falar por falar não resolve nada
Nem clarifica as pedras da estrada

Quero falar mas não posso
Os verbos engasgam em minha garganta
Substantivos não delimitam as substancias
E voaram todos os meus adjetivos

...

Assim
Neta tarde em que quis falar
Chorei silenciosamente

Ciente de minha profunda solidão

sábado, 13 de junho de 2015

Referência Poética


Com os olhos de poeta
Varri a modesta sala da memória
Eis que percebo sentado num canto
Um velho cego de amor e sua flor murcha

No centro da sala
Um poeta que revira as novidades
Como um folhear de revistas desinteressado
Vai despetalando os versos com soberba indiferença

Mas ao canto a esquerda
Vejo um poeta que se engasgou
No mais sublime ódio de mulher
E fez do seu silêncio a espera de acontecer alem

Mais ao fundo
Um poeta recado
Que fez do cotidiano
A superação de uma poesia fracassada

Sentado ao meu lado
Preso num espectro solar
Uma figura emblemática e intransponível
Ele sorri num misto de prazer e desdém

Na sala vizinha
Ouço os gritos abafados de desconhecidos
Ignorância necessária para viver a vida
Como se tira o viço das pedras ao pupilas

Nessa costura intima
Vou cravando o meu destino
Nodoas irremediáveis do porvir
Frases curtidas no sol de minha ciência

Todos eles são outros
Mesmíssimos outros neste eu perturbado
Mas não os trago no bolso da persona
Nem os sinto na fonte de minha humanidade

Eu os sinto nos olhos
Como velhos amigos
De uma amizade só minha
Como são solitários os poetas

Como são delicados os silêncios
Por entre os versos
Como são inúteis

E necessários todos os versos

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Aparência



Que história é essa?
O tempo passa
E você não quer passar por ele?
É uma foto que envelhece só por fora

Na contagem dos absurdos do cotidiano
Este aparece em auto relevo na estrada
Meus contemporâneos não querem envelhecer
A velhice é quase uma doença a ser evitada

E como se já não bastasse o absurdo de suas querências
O paradoxo do discurso e dos atos é notória
As pessoas não querem que o tempo passe
Mas adoram fazer coisas para passar o tempo

Ah!
Não sabem retirar do silêncio
A espessa gota amarga do ócio

A doce tarde contemplativa
Se perde nas telas dos celulares

E quando se dão conta da beleza da tarde
Aceleram-se na rapidez da foto
Para viver uma não vida em lugar nenhum
Talvez para passar o tempo e não encarar a morte

Que seja

Que me perdoe todos os defensores da aparência
Todos os vendedores inescrupulosos
Todos as acionistas e negociantes da bolsa
Todos os acadêmicos pedantes
Todos aqueles que acreditam no espelho

Me perdoe
Eu não sei o que falo
Mas quando não se ama a realidade

Não se vive de fato

domingo, 3 de maio de 2015

O enterro de Pã



Esta morto
A linguagem do silêncio foi imposta
Como as arvores balançam no fim da tarde
Acabou tudo

O não ser é necessário
Para se manter a ordem das coisas
Desnecessárias

E não percebemos que não adianta lutar
A transitoriedade é a regra geral
O silêncio profundo há de vencer sempre
Como as arvores balançam nesta tarde

Esta morto
Mas ainda não enterrado
Ainda cabe aos vivos sentir sua ultima agonia
Seu ultimo silêncio na beira do esquecimento

O ultimo recado dos mortos
É este silêncio impenetrável
Este excesso de lembranças passageiras
E a ignorância de não se ser jamais esquecido

Mentira socialmente aceita
Verdade refutada na vida
Na fonte de nossos desejos de eternidade

Pã está morto
Mas ainda não foi enterrado
Ainda não sabemos esquecê-lo
Para enfim vivermos o agora

Como as arvores balançam neste fim de tarde


terça-feira, 31 de março de 2015

E do silencio fez-se a fala


Quando ouço meu silencio
É sempre um espanto de se estar vivo
O universo tem silêncios impenetráveis
Que mal se pensa que existe

Mas ninguém ouve o silencio de fato
Só a morte talvez venha a dar forma
A este recurso da linguagem
Metafísica de se falar no silêncio

Uma necessidade de não ser
Para enfim entender o contraste da fala
Dos sons que permeiam tudo
Sons que movem este corpo cansado

Escapar não é possível
Deixemos essa loucura aos profetas
Eles que sabem exprimir do silêncio
Esse reinventar dos que falam

Fiquemos então com os nossos silêncios
Tão nossos que nenhum outro poderia ser
Tão óbvio que nem observamos a fundo
É sempre um momento que passou

E passou
Passou
Passou

...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O teu silêncio II


O teu silencio foi como navalha
Suspendeu no ar toda esperança
Quem dará o primeiro passo?
Passo sem jeito de uma relação frágil

O que fazer com este silêncio
Se não devolvê-lo?!
Ninguém se arrisca em perguntas desnecessária
Nem em obviedades discursivas

É só silêncios
Profundos silêncios de um embaraço torto
Não há nada para se dizer
Mas todas as coisas deveriam ser ditas

Um respeito necessário a convivência
O perdão diluiu-se no tempo
Polindo os silêncios entre meu peito e o teu
Fazendo o possível para o rancor sumir

Teu silencio foi como uma navalha
Cortou meus braços no intuito de te abraçar
Cortou minha garganta na hora de falar

Teu silêncio foi como uma navalha
Cortou tudo
Cortou nada

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A praia


A praia tem qualquer coisa do tempo
Do sol que penetra a escassa sombra
E ficamos assim com estes olhares perdidos
Na imensidão azul das águas distantes

Mar mãe de todas as coisas que vive
Eterno movimento
Ir e vir de energias solares
Que se faz presente nas ondas a quebrar

Areia que delimita meu caminhar
Vento que varre meu pensamento
É sempre um quando presente
Um agora curtido no sol

Esta sombra que me guarda
É o pouco que me resta
O nó desta vida que desata
Na mansidão serena

Eis que vão escorrendo pelas águas
Todos os pegue e pagues da vida
Todo desespero não passa de uma criança correndo
E a bola que não para ante sua querência

As coisas se diluem não necessidade
A temporalidade não é mais que areias
Rolando neste leve ventar
Que não venta de fato

É um afago na face dura do cimento
Um convite ao sono dos justos
Uma delicia para alem dos que sonham
Na leveza intransponível da existência

A praia de areias fofas
De movimentos únicos
Na sorte dos que projetam o futuro
Passos atentos de olhos distantes

Que todo conforto seja negado
Mas a sombra de uma praia

Esteja sempre acolhedora

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A filosofia do silêncio imposto


Esta arrogância disfarçada
Onde o silêncio impõe o não dialogar
Escorre deste podre sistema de dominação sugestiva
O silêncio dos jornais

Misturados as bombas
Faz de genocídios
Perfeitos silêncios não existentes
A guerra muda dos querem falar

Não podem falar
O desespero dos que fogem
Só demonstram a crueldade milenar
Refinada na arte de matar a distância

É tudo um jogo nas mãos de jovens
Baixemos o som para corações sonhadores
Mas apertem o gatilho
Afinal dedo treinado ordem executada

No silêncio entre os tiros
Entre a morte de desconhecidos
Eis que uma silenciosa voz grita ao fundo
"Morte aos bárbaros obedientes a Alá!"

Até quando teremos que interpretar os silêncios?
Até quando a metáfora se fará necessária?
Falsear a verdade de verdade dúbia
É dizer a verdade por de traz da linha dos justos

Mas este ponto é só uma vista de meus olhos
não me arrisco na resposta completa
A pergunta decanta um gota espessa
E assim vou amargando meu café diário

Entre fragmentos do noticiário
E belezas clássicas
O silencio se faz presente

E fico a chorar mortos que não conheço

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Discurso da Miss erudita



Em alguma universidade Brasileira
Jaz a Miss Erudita
Sempre pronta para repetir genialidades



Que o indizível fique no silêncio
E toda poesia seja
Uma tradução torta
De uma realidade que se fez necessária

Que os gênios fiquem sempre no passado
E toda genialidade presente seja obvia
Um necessidade para o futuro
Acontecer como deveria

Que a humanidade nunca perca o esperar
Porque todos os sonhos não podem
Cair no limbo da desesperança
E as almas na eterna agonia

Que esta voz seja pra sempre ouvida
Não como matéria que se faz presente
Mas como coisa que carrega sentidos
E signos rítmicos perfeitos da poesia

Que minha mãe seja sempre louvada
E meu pai sempre tenha um beijo e um carinho

Que meu professor seja perfeito na arte de me enganar
E que ele faça tão bem que eu me sinta importante
Engrenagem fina de um mecanismo
Rebuscado e preciso

Que todos os humildes caiam aos meus pés
E se cale diante da presença de meu diploma

Que meu titulo sobrepuje meu nome
Em uma elevação máxima necessária ao espelho

Que todo pedantismo e arrogância
Se torne parte profunda de meu poder

E no fim

Quero agradecer a História

Por ter colocado meu nome nela