terça-feira, 15 de agosto de 2017

Poesia do Cotidiano


Preleção
Minha comemoração poética para entrada no olimpo virtual
Vulgo Facebook


  
Corro a vista na vida
E a poesia escorre do cotidiano
Cada esquina é um verso dobrando as ruas
Uma sujeira no pátio é um mundo a desabar em nossas cabeças

Eu que ando nas ruas como quem navega
Vejo olhos e rostos desatentos para o presente
Saudades eternas de um futuro desejado
Um agora vazio de almas

São só corpos do cotidiano
Como vos amo assim automáticos
Tal peça ... tal gente que sonha e vive
E se acha neste virtual engano de ser

Assim vai minha poesia do cotidiano
Solitário eu rodeado de gente
Ontem quando desci da janela de casa
Eu queria encontrar algo

Mas não sabia o que buscava
Meus olhos erravam de objetos
Eu não sabia ...
Que a busca em si era o que eu deveria querer

O resto morreu na memoria
Como aquele papo que tivemos ontem
Tão nosso que não pude desviar-me
E hoje não lembro de mais nada

É como se tivesse impresso em mim
Meus desejos e sua solidão
É como se você fosse eu ao avesso
Um exótico encontro virtual

Assim vai minha poesia do cotidiano
Tão cheio de mim mesmo
Que me perco no outro
Com a certeza de que ele sou eu

Ontem quando acordei poeta
E me disseram:
“Vai! ... Assim é que você não vai vencer na vida”
Nem sabia o que era vida ... E como poderei vencer então?

Corri ao dicionário
E só palavras escapavam dos verbetes
Como se soubessem tudo
Pelo sinônimo ... pelo Antônimo ... enfim sabiam o que era vida

E eu ... não

Procurei ... procurei e ainda procuro
Sei que ela não foi dicionarizada
Ela fica no muro que separa meus olhos
Dos teus

Ela fica nestas metáforas que amo
Costurar nas cestas de meu cotidiano
Ela fica entre meu querer e seus atos
Um pequeno desajuste ordinário do dia a dia

Assim vai minha poesia do cotidiano
Tão minha
Tão nossa

Tão de todo mundo