segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O silencio que precede a fala


De silencio fez-se o som
Como que do nada veio a ordem
Na gênese sem resposta do que existe
Não tem meios nem fins que caibam

Cada pó 
Que cuide de sua poeira
Cada vida
Que viva suas escolhas

Equações gerais sem respostas
Matemáticas de tolos sociais
Genialidades próprias de um sujeito
Em predicados momentos existências

Aquele dia que não foi
Mas devia ter sido
São momentos dessa massa carbônica
Cheia de lembranças e expectativas

Todos dormem este sono necessário
Servos de nossa liberdade
Culpados de um juízo subjetivo
Na eterna busca do objeto ... liberdade

Sigamos a trilha de nós mesmo
Como pombos ciscam na praça
Passamos retos e livres
Escravos de um agora inevitável

As musas se calaram
Bits desalmados policiam o perímetro
Devo ser no limite do possível
Apertar botões a esmo na espera do nada

O medo ainda é a mais poderosa arma
Não superamos Cezar nem czares
Apenas refinamos o veneno doce da palavra
Na tela desta realidade

O pano de fundo que tudo cobre
Fez-me sozinho diante do nada
Preso por mim mesmo
O mais assíduo dos carcereiros

Eu que não sou se não uma imagem
Um fantoche ditador do que devo ser
sou esta ignorância bem vivida
Neste mar de gente bem armada pra vida

Eles que sabem o fazem
Que são felizes na medida do possível
Vivem este nó cego
Sem muitos embaraços

Programados num projeto dos que sobrevivem
Engenharias pisco sociais da ética
Modelam o modelo que deveria ser
Escapam felizes desta fardo de se escolher sempre

O fardo de não se saber de fato
A sina da vida sem escolha
É uma foto que nunca foi real
Apenas ficou o amarelo sorriso mal dado

Que suspendam o tapete do agora
Porque a faxina

Já vai começar