sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Menino triste






Nas andanças virtuais
Por entre um link e outro

 Nos esbarramos
  Nos entendemos
Desentendemos-nos

Tudo meio que no silêncio
Intenso como a vida
Desinteressado como tudo deve ser

Dedico este poema a ti
Grande menino
E abraços poéticos




O mundo é cinza
Eu sei
A vida ... não faz sentido algum
Eu sei

E você também sabe
Ou melhor
Você sabe por dentro
Enquanto eu arranho a superfície

Parece que tu
não foste feito para se encaixar com tudo
És o diferente
De natureza distinta

E pleonasmo algum
Viciado ou não
Há de te diferenciar
Do mundo

Afinal és mais do que o suficiente

Transborda para alem de meus olhos
O sorriso é como uma gota
No oceano da cara
Prestes a derramar loucuras no cotidiano

Menino triste
Tristeza crônica
Cravada na pele
Marcas de uma guerra interna

É o eu discordando do que sou
O eu querendo dar cabo da vida
Da sua vida
Sem saber que no fundo não há fundo algum

Menino triste
Hoje ... acordei pensando em ti
Meu amigo das letras
Amigo virtualissimo

Quando a tristeza passar
Ou quando aprender a lidar com ela
Comemoraremos
A vitória de se estar vivo

Mas enquanto isso
Abraço menino

Até a próxima esquina

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Um olhar na fresta



Não é porque
Coloco uma linha
Em baixo de
Outra

Que posso chamar
Isso
Ou aquilo
De versos

Nem que versos
Em baixo um
De outros
Possam ser chamados ... poema

Não porque contos silabas
E tenho métrica e cadencia
Poderei entrar no reino
Dos versos livres

Nem citando
Ou melhor inferindo
Clássicos de nosso passado
Para poder fazer um poema

Há de se prender para poder
Ser livre
Se esquecer o agora
Para o saber d´ontem

Dentro de obviedades
Como estas
Que se encontram a poesia

“Poesia
Tem tudo haver com minha felicidade
Com sua felicidade
Poesia
Tem tudo a ver com tudo”

Sim ... Mas nem assim há de se salvar seus versos
Uma poetiza moçambicana
Não vai salvar seu poema
Nem vai dizer qual lado seguir meu caro

Desalinhado
Tu ... desalinhado

No avesso da justiça
O juiz de sua causa
Não julga méritos nem formalidades
Por mais que alguns até o queira julgar

Não ... Não é possível
 Falemos as claras
O Juiz de minha causa
Julga o cerne da obra

Procura ali nos cantos profundos
Por entre as inferências das metáforas,
as vezes sem perceber é claro,
um centro que reúne tudo

em certos poetas
fica no indizível
e outros
condensam em palavras chaves

isso feito
esquarteja-se tudo
na busca infinita
de não se achar nada

Ah! Quanta preguiça
Os versos que são livres
Não ganharam a liberdade

O poema
Está nos olhos do leitor
Enquanto a poesia meu amigo

Derrama nas frestas de tudo