segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O rio pacificado

Uma Juiza morreu assasinada
Um Deputado pede anistia internacional
O rio tá uma maravilha
O flamengo não ganhou ontem?!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Naquela manhã

O sol nasce levando a noite
Eis que estou sempre a assistir
este teatro de luz e sombra
Mas nem toda manhã é como esta
regada a sangue, oleo e asfalto

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Foi um mal entendido

Sim palavras e suas forças
Fui traido por minhas proprias palavras
Meu proprio sangue
Traido pela visão

Pela força daquillo
Que não se vê
Perdão a tudo
E a todos
errei tentando acertar

Acertos de contas
Que nunca
Eu sei
Não há cura pra curar
Apenas uma cicatriz profunda

Não há contas a pagar
O erro gera o mal entendido
Mal sabia que errava
E errava por principio
Nas escolhas das palavras

Alguns dizem que nunca é tarde
O perdão é sempre uma possibilidade
De recomeço de um esclarecimento profundo
O erro é o inicio do acerto
É o acidental descolando da verdade

Escrevo esta carta em forma de poema
Porque não sei escrever cartas
Peço perdão a ti e a todos
E não posso esquecer de pedir perdão
A todos que se foram e hoje corre em minhas veias

Perdão

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Arte da hipocrisia moderna

O cheiro podre do esgoto
misturado ao gaz carbônico dos carros
com pitadas de suor mendicantes
crack que não joga futebol aos domingos

faz do retrato a arte sega

O sujo exposto em lindíssimas bordas
vamos contemplar a sujeira
dentro de bolhas temperadas
22 graus celsos perfeitos para a imagem

Uma janela para a realidade
olhos comovidos de idiotas engravatados
sujos High tech de corações hipócritas
queixos caídos de dentes manerios

Tem alguns que se salvam é claro
mas no mundo da arte moderna
arte sega que não quer ver
só um coração favelado sabe onde o calo aperta

sábado, 8 de outubro de 2011

Embalo na madrugada

Tão pequeno
e de olhos atentos
acorda o dia
e dorme com a madrugada

É tudo tão bom
choro risada
leite dormindo para sonhar
balança que segura nos ombros

olhos que nada escapam
o teto a parede a estante
partes de um mesmo lugar
de um mundo só visto por este pequenos olhos

que não escapam
a um ligeiro olhar
olhos nos olhos
olhos dorminhocos

estão fechando
hoje se foi amanhã quem sabe
a rotina não mostra outro mundo
repleto de novidades

que preguiça
arroto
sonha meu filho
amanhã iremos brincar com a vida

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Não sei fazer sonetos

Não tenho moral poética
na forma de Quintana é claro
meu verso se perde na dureza
do cinza e do verde

faço minha rima rimas da vida
que passa ante minha retina
rima que salta do abismo de ser
que não é rima nos conceitos

Como fazer um soneto
se rimo ideias?
nesta rima que salta do conceito
rimo com todas as vogais

não sei fazer sonetos clássicos
nem decassílabos perfeitos
rimo chuveiro com toalha
andar com os meus sapatos

rimas internas das palavras
dentro do verso e do poema
rimas boas e más nos olhos de quem lê
rima da vida e do não viver

Não!
Diriam os detentores da chave de tudo
rima é e não pode deixar de ser
tá achando que é bagunça?

Ah! respire meu caro poeta
intolerante ainda rima com pedante
é claro não me acho tão importante
afinal quem sou eu para achar que sou ponto final

no fim das contas
adoro rimas clássicas
só acho minha rima desta vida
muito alem da terminação da palavra

Não é poeta
diriam os apressados
não tem ritmo
diriam os cautelosos

furemos os olhos como Édipo
ninguém é dono do destino
e na escuridão do nada
veja o som que brota do silencio