segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A criança da vida

Uma criança me olha nos olhos
e olha os pés imundos de terra
pronto
nunca mais serei o mesmo
as coisas simples brotaram da terra na calçada
e fiquei a espiar o mato crescer

domingo, 28 de agosto de 2011

O outro dia

Ontem estava saindo de casa
amigos na noite
que eu fiz?
Onde fui?

celular por favor!
Nunca mais me liga
acabou
que eu fiz?
não lembro!

acabou sim!
Como assim?
Não fui eu
quem me segurou?
Meus joelhos estão doendo
onde fui que cai?

Um nome perdido
uma voz de bêbada
e o fim de anos juntos
jogados no lixo
de um banheiro imundo
de um bar alheio a tudo isso

respira
ainda vou acordar
não é possível
que eu fiz
onde fui parar?

Ouço uma voz na cozinha
levanto ainda meio desacordada
o café esta frio
foi só um sonho
e uma dor de cabeça
de nunca mais beber

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ao irmão Francisco

Feito de amor
na ultima hora
no ultimo suspiro
eis que estava ele a cantar
amando tudo na terra

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mendigando versos

coitado de pobres poetas
que dão de graça
aquilo que ninguém quer

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O verso perdido

Foi perdido em minha alma
procuro desesperado
e não encontro este verso
dentro das profundezas de meu ser

cada dia levanto
tiro o pé deste chão tão real e moderno
e procuro cá dentro
este verso que jamais farei

cada verso que escrevo
é um encontro desencontrado
é trilhar um caminho aprendendo a andar
e a vida pulsa em meu peito o verso que procuro

olho em volta
quem sabe lá
não está este verso tão esperado
é vã é a minha tentativa

todos os versos
são e não são o verso que procuro
eis que paro em frente a uma loja
esta vazia a vitrine

lá dentro não há nada
alem de poeira e um vidro imundo
sim lá esta meu verso perdido

na representação do todo

tive um aperto no peito
uma vontade louca de fugir
e vi com olhos de dentro
o meu verso perdido

o meu mandamento de um Deus deposto
a ultima palavra de uma divindade morta
fecho os olhos para ouvi-la de perto

e lá no fundo
bem lá no fundo
eis que uma voz feminina dizia:

não tenha medo meu filho
Tu és todas as coisas do mundo
e achei meu verso naquele dia

depois da felicidade do peito
e das lagrimas torrenciais
descobri que sou Deus e seu Servo
livre na prisão do tempo

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O vendedor de versos

Vendo versos
rimas
estrofes inteiras
mas miguem compra meus versos

e na rua ouço um velho dizer:
“A economia anda fraca meu amigo
seu fosse você ia vender casas”

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sobre a filosofia

A filosofia nasce no coração do ser
um impulso de ir para alem
do mesmo para o mesmo
do agora para o mais adiante

olhos que veem
são os mesmos que cegam
é curto este caminho
de exageradas distancias

de um lado a foice
do outro a estrada
já aberta e livre de todo mato
uma metafora que define a verdade

Verdade anunciada
que sempre esteve presente
nunca faltou ao coração deste humano
estou vivo
e vou caminhando