terça-feira, 27 de março de 2012

O louco mendigo confiante

Pulou n'água
Seu corpo frágil de idade avançada
Nada confiante na baia imunda
A maré esta baixa

O cais alto de mais para seu corpo moído
Seu pé quebrado e torcido de anos
Ressecado de dor e cascalho da cidade
Banho matinal de águas que niguem quer

Me ajude a subir por favor!

Quem de nois se habilita
A sujar nossas mãos limpas?
Um grupo de tres sai de fininho
Outros dois mais sujos viram a cara e finge não ouvir

Meu coração acelera
Sou eu com mimhas mãos de poeta
Ele me olha confiante e diz baixinho
Como se fosse so pra mim

Me ajude!

Meus olhos enchem d'agua
Jamais viraria a cara
Largo minhas coisas meio indeciso
Eu sei devo largar tudo

Começo a caminha para a escada do cais
Eis que surge uma lancha
Eu paro com um nó na garganta
Ele grita me ajude!

O mestre da lancha reduz
A lancha boia por uns momentos
Fico indeciso com meio passo adiante
Uma corda é lançada seu corpo arrastado

A bordo vejo um sorrizo vindo pro cais
Seu pe calcificado vacila na passagen pra terra
Estou salvo muito obrigado!
Gestos largos de uma locura agradecida

Ele me olha desnudo de mimha capa social
Faz alguns segundos de um suspense infinito
Observa seu corpo inteiro do banho matinal
Eu não desgrudo meus olhos culpados de indecisão

Ele abaixa
Pega um mechilhão solto da pedra do cais
Talvez seja sua refeição nesta manhã morna
Bota no bolso da calsa molhada
Eu não desgrudos meus olhos culpados

Ele me olha
E diz com um sorrizo de lado
Muito obrigado
Uma facada aquele sorrizo

O nó da garganta foi estraçalhado
Balbucio com os olhos mariados
Me perdoe!
E nada mais foi dito nesta manhã

É perdão profundo
Nada de agua, manhã ou mechilhão
É um perdão cinza e asfaltado
Uma culpa de geraçõe passadas

Volto ao meu lugar
Ele aos poucos se recompõe
Veste sua roupa
E sai de mansinho com seu mechilhão mão

Passa a passo afasta_se
Senta na estatua de Dom João VI
Observa as maquinas assalariadas
E dorme tranquilo aos pés do cavalo

quinta-feira, 22 de março de 2012

Poema a wittgenstein

Apenas jogo de linguagem
Jogo que decide o real existir
Face transparente de mais para uma visão ordinaria
Vagas regras da História do mundo

Ondas de um mar denso
Metaforas alguma há de delimitar o filosofo
Satisfação sentida nos poros
Ponto a ponto de uma lã profunda

Cobrindo a face do frio
A frieza da verdade ultima
Eis que agora a lã se desfaz puida
Mãos que seguram a ordem das coisas

Qual logica sublime há de ser a ultima?
A ultima regra do jogo de regras frouxas
Regras sobre regras tal como pedras
Afundando no pantano dos caminhos da verdade

Palavras signos e linguagem
Vamos construir o novo de novo
E o passo adiante

sexta-feira, 16 de março de 2012

O motorista de ônibus

Um ponto de ônibus
uma parada
um sorriso
é tão bom quando um sorriso
inaugura o dia

sexta-feira, 9 de março de 2012

No Pais do futebol

Poema dedicado ao Leonardo
Foi da conversa diária que surgiu versos
Obrigado por me fazer perceber
Que da diferença se tira o verdadeiro resultado


No país da politica futebolesca
O politico rouba no jogo da vida
Mas a galera quer meter a porrada no arbitro
Que me perdoem os brasilienses
Se esse povo Acordar mal humorado
Brasília some do mapa