quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O Pixo

Quem assinou
O mural da fama dos anônimos?
Arte marginal
De um descontrutivismo alinhado

Filosofias que estão além
O mural da realidade há de suportar?
O rabisco?!
O traço da fama?!

Sou pixador
Questiono a beleza tradicional
Maquio lugares abandonados
Praças, esquinas esquecidas

Protegido pelo véu da noite
Imponho me autografo
Como um famoso decaído
Marco na pedra minha marca

Balanço a lata
E sou eu saltando pro infinito
Desenhando um A e um circulo
Escrevo frases para os cegos do dia

Ah! O dia veio
Sai de casa apressado
Para inauguração publica de minha arte
Meu outdoor anarquista

Sento em meu camarote
Peço uma água no bar da esquina
O tempo passa
E ninguém põe reparo nas nuanças delicadas da escrita

Eis que um velhinho sai da casa vizinha
Uma lata de tinta cinza
Pintou meu coração atrevido
Pintou toda esperança do mundo

Não posso falar a luz do dia
Mas vamos lutar
Eu com meu spray
Você com sua tinta

Amanhã pixo seu muro
Velho capitalista