segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ao meu Pai



Ah! Meu pai
Aprendi de mais
Hoje vejo você assim
Debatendo com uma apatia sábia

Um ceticismo curtido
Velho saber pratico
Um galo que canta no fundo
Me faz ver estes passos que sigo

Passos que cuidadosamente
Objetivamente
Vou cravando meu pé
Aprendendo a ganhar o pão

Andou sozinho neste mar de gente
Ocupado demais em não ser só

Ah! Meu pai
Esta distância amorosa
Amor transmitido nas sutilidades
Nos hábitos de um beijo e um pequeno abraço

Análise psicológica alguma
Há de curar as almas
Há de explicar o querer e o agir no mundo
Mas olha carinhosamente as almas! Meu pai

Pai que competiu calado
Me ensinando
Que não competir
As vezes é a melhor forma de se jogar

O jogo em si é uma tolice
Uma armadilha das palavras
Sofismo rebuscado do poder
Definhamento definitivo dos sonhos

Tanto orgulho
Tanto amor
Obrigado por me ensinar a sonhar
E a ser pai

terça-feira, 23 de abril de 2013

O funcionário

De segunda a sesta
Funcionário do banco
Terno gravata e pessoas
O capital circula na seriedade do ato

Sai de casa
Cabeça baixa
Mesmo horário
Rotina inabalável

Um transeunte lhe cumprimenta
Com uma certa cumplicidade
Crimes curtidos a álcool
Não olha nos olhos da loucura

No horário do expediente
A retidão é seu sobrenome
Marculino é só para os bêbados
O grande orador de profundidade intocável

Ah! Sesta a noite
Começa outra rotina
Moladar a vida em algumas noites
Cerveja bar e amigos

Amigos de copo
Amigos da vida
Instantes infinitos
Nesta temporalidade emotiva

Outro Marcos
Outra vida

Segunda o estomago ruge de novo
E a selva cinza nos consome

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O novo trono de pedro

Trocaram o trono de Pedro
Do ouro para madeira
Um Pedro mais simples
Linda a história dos franciscanos

Espera ai
Este Francisco é Jesuíta
Soldado de cristo
Disso eu tenho medo

O cerne do problema não vai ser mexido
Padre casar?!
Não!
Continuem reprimindo seus líbidos

Tomara que eu esteja errado