segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ao meu Pai



Ah! Meu pai
Aprendi de mais
Hoje vejo você assim
Debatendo com uma apatia sábia

Um ceticismo curtido
Velho saber pratico
Um galo que canta no fundo
Me faz ver estes passos que sigo

Passos que cuidadosamente
Objetivamente
Vou cravando meu pé
Aprendendo a ganhar o pão

Andou sozinho neste mar de gente
Ocupado demais em não ser só

Ah! Meu pai
Esta distância amorosa
Amor transmitido nas sutilidades
Nos hábitos de um beijo e um pequeno abraço

Análise psicológica alguma
Há de curar as almas
Há de explicar o querer e o agir no mundo
Mas olha carinhosamente as almas! Meu pai

Pai que competiu calado
Me ensinando
Que não competir
As vezes é a melhor forma de se jogar

O jogo em si é uma tolice
Uma armadilha das palavras
Sofismo rebuscado do poder
Definhamento definitivo dos sonhos

Tanto orgulho
Tanto amor
Obrigado por me ensinar a sonhar
E a ser pai

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