terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A voz e a flor

Poema dedicado a minha querida amiga
Priscila Kroupa

Ela é forte
a força primitiva da natureza
rocha inundada de sentimento
força de uma voz decidida

e a vastidão objetiva nos engole
o desencontro bate na porta
mas não entra nem entrará
porque ela acredita na vida

cultiva flores neste mundo de metal
sim ...
o mundo está florido
e sempre estará meus amigos

quando a porta se fecha
é hora de visitar a memória
redescobrir o já conhecido
cultivar o amor esquecido

parado no tempo
aquele que transbordou do copo
e ficou lá esperando
querendo sair qual quer hora

É tudo tão simples
que as vezes assusta
fica naquele tempo etéreo
de se enxergar tudo

e um nada saber de manhã

mas sabemos cá dentro
é isso que importa
não tem água para essa rocha
ela tem água na liga dos grãos

o eterno fica miúdo
diante da justeza de sua voz
e das flores que cultiva
como aquele coração de amor profundo

pequenas letras de amor
tão simples
que poeta algum há de alcançar
são flores nesta cidade cinza

e no fim minha amiga
perdoa estes olhos
esta vontade de exprimir o inexprimível
essa loucura demasiadamente sóbria

você sabe o caminho
força, paz e bem
minha querida amiga

domingo, 6 de janeiro de 2013

Ideias

Quero fazer um poema
Com a mais alta temática
A mais humana dentre todos
a mais filosófica das verdades

Quero fazer um poema e não ser mais um
Mais um numero dentre tantos no mundo
humanos mundos de mim mesmo

As ideias mudam o Mundo!

todos sabem do velho ditado
Mas quem assiste de camarote?
Quem dá fé as irrealidades
pregando na vida essa desumanidade?

Não há respostas unas
meu caro leitor
somos este aninhamento de palavras
de símbolos teimosos

significantes avariados
demasiadas distancias incomunicáveis
ironia de nosso tempo caro leitor
pavor e medo no limite de nossas portas

tranquem-se
construam prisões para seus corpos
suas ideias não podem voar
devem estar presa neste cotidiano roto

Olhem pela janela de sua sala de estar
lá está todas as possibilidades
toda a vida pulsando na mata
nas origens de nossas vontades

E nada acontece
nem um pouco de grama invade o asfalto
continuamos a emborrachar a terra
o medo é a flecha da desgraça

não há história da humanidade
só você caro leitor
o resto são crenças e palavras
duvide da verdade do mais alto cientista

não há tolices em duvidar
temer pelo erro
buscar sua verdade
tolice é aceitação máxima dos graus da academia

somos todos nós de uma mesma corda

O nó que segura esta irrealidade
que nos faz balbuciar qualquer coisa
nesta alienação voluntaria
um sentir sem palavras

caro leitor vos agradeço
a paciência e o julgamento
porque as ideias
não morrem jamais