quinta-feira, 28 de maio de 2015

Aparência



Que história é essa?
O tempo passa
E você não quer passar por ele?
É uma foto que envelhece só por fora

Na contagem dos absurdos do cotidiano
Este aparece em auto relevo na estrada
Meus contemporâneos não querem envelhecer
A velhice é quase uma doença a ser evitada

E como se já não bastasse o absurdo de suas querências
O paradoxo do discurso e dos atos é notória
As pessoas não querem que o tempo passe
Mas adoram fazer coisas para passar o tempo

Ah!
Não sabem retirar do silêncio
A espessa gota amarga do ócio

A doce tarde contemplativa
Se perde nas telas dos celulares

E quando se dão conta da beleza da tarde
Aceleram-se na rapidez da foto
Para viver uma não vida em lugar nenhum
Talvez para passar o tempo e não encarar a morte

Que seja

Que me perdoe todos os defensores da aparência
Todos os vendedores inescrupulosos
Todos as acionistas e negociantes da bolsa
Todos os acadêmicos pedantes
Todos aqueles que acreditam no espelho

Me perdoe
Eu não sei o que falo
Mas quando não se ama a realidade

Não se vive de fato

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