sexta-feira, 11 de março de 2016

Naquele Mês de Junho

 

Vozes ecoam neste silencio
Observo o horizonte de meus eventos
Na espera de um amanhã ... talvez
Melhor

Naquele mês, alguns minutos atrás
Quando o improvável era apenas
Um fio pendurado no jogo político
Retrospectiva torta de um passado ... já conhecido

Eis que a verdade veio a superfície
Os sem discursos vieram quebrar tudo
Invadiram as ruas ... avenidas
Mensagem recebida e não ignorada

Ruminante ainda não morreu
Mostra sua cara na aventura do desconhecido
Vozes no silencio ainda indefinidas
E quando tudo passar

Nos restará a historia
A por palavras nos livros didáticos
Força dos que falam
Atitude dos que não se enganam nunca

Ah! Aqueles que sabem a verdade de seu tempo
Mentem a si mesmo do mais alto grau da retórica
Mais fino licor da mentira
Eles acreditam

Eu que só tenho as metáforas e o silencio
Não me arrisco na visão do todo
Talvez acerte uma virgula
Ou fique preso em alguma reticências

Mas sou atado apenas a proposta
Não passo para alem das palavras
Não posso

Também não me absolvo desta culpa geracional
Carrego-a no bolso de uma roupa mal passada
Um nó fiel preso em minha garganta
Quanto mais se puxa ... mais aperta

Amanhã
Quando ontem será sempre ontem
E o agora uma passagem segura para o depois

Amanhã
Quando nunca será tarde
Quando nunca será cedo
Serão só palavras postas no sentido da vida

No sentido de um mundo ordenado
Ordem de dentro de nossa caixa Newtoniana
Pratica hedionda de verificar sempre
Analisar meu espetro indefinido no espaço

No fim ... deixo este fio solto pendurado nos últimos versos
Cada verso já fez sua representação possível
Fiz um passeio naquele mês ... no meu mês
Um passeio no nada que reveste tudo

No fim ... Não devo me espantar afinal
Finalizo com a insuperável metáfora grega
Isso tudo é apenas o insaciável Chronos

A devoras seus filhos


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