Hoje estou de luto
A mentira pragada na TV
Foi cruel como uma morte
Não esperada
A fome, O corrupto
Tudo junto no mesmo pacote
Ah deixe como está!
Disse a TV com os labios cerrados
Hoje estou de luto
Quantos acreditaram?
Eis que começou a novela
Ah não pensem
Já dissemos tudo!
Opinião publica?
Opinião unica!
Vai
Que não se volta não
Olha que beleza
Amor
Brigas e tristezas
Derramam nas cabeças desatentas
Fatigadas de trabalho e solidão
Estou de luto no deserto
Chorando aguas
Que não passam
E duvidando de certas aguas passadas
Estou de luto
Chorando possibilidades
Inventando desculpas
Para não morrer
4 comentários:
Muito bom esse poema , FORTE!!!
Boa André! Gosto destes teus versos contra o pragmatismo e a submissão aos meios, cara.
Valeu Tiago e Diogo
Estamos em um oasis de vida
Na tv só há deserto
Mortos vivos que não sabem que venderam suas vidas
Por papel
Por imagens de uma vida que não o é
Negoaciadores me negociam na bolsa
Junto com o barril de petroleo
Junto com sangue de guerras
Que não são nossas
Nem quero luta-la
Mas escravo não pensa
E escravo moderno
Acha que sabe
Veste a gravata
Cai de joelhos
Sinto por dentro a chicotada
Mas não há mão de carrasco
Só uma profunda solidão
Vestida de noiva
Sem par
Sem festa nem nada
A morte é o ultimo passo
Ultima valsa triste
Eis que acordo no deserto
E estou de luto
Preso a minha liberdade solitária
Até Alan
claro que estou dormindo... duas horas por noite
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