Você vai tomar conta de minhas poesias?
Não sei
A paixão tem destas coisas inenarráveis
Espiral louco e necessário
Quando o tema sobrepujará a forma
Mais uma vez?
Não acredito que problema estético da arte
Envesou em meu poema de amor
Fez desta fala diária
Um soar mais leve e ordinário
Como se Pirro
Tivesse perdido a guerra
E perder ou não é tão irrelevante
Como as primeiras pinceladas do quadro
Aquele que fica escondido por traz de cores fortes
Do cotidiano ... irreparáveis
Ah! Mas o reparo que escorre do hiper-real
Neste realismo oculto
É só um filtro qualquer
De um aplicativo moderníssimo
Arte instantânea
Que mistura o velho do novo
Faz Paul Gauguin ser civilizado
E não fugir pra selva
Amor liquido tem destas cores
Que Van Gogh não ousaria pintar
E a Impressão fosse mero acaso nas bordas
Das cores pastéis de fotos inexprimíveis
Chega!!!
Com este eu lírico louco de erudição desmedida
Tu não fotografas o que há de simples no amor também
Rafael se orgulharia destas formas abauladas e etéreas
Linda paixão escorrendo pelos lisos vermelhos de seu cabelo
Falar com os olhos é como estar louco
Perceber os passos antes de caminhar
É saber do agradável para além do outro
Como se deus menino abandonasse Alberto Caeiro
E não fosse ele o defensor de todos os muros
Falar com os olhos é não saber sabendo
É como fazer um poema de amor
E o tema não fosse este
Aquele que fala com os olhos
Fala de dentro debruçado na janela
Não fecha o poema com chave de ouro
Porque representa a infinidade do instante
E como todos os versos acabados ou não tem seu fim
Falar dos olhos é volta ao esbranquiçado do quadro
Um Silencio na contemplação do amante
2 comentários:
Alan superando o Alan, meus parabéns esse um de seus melhores poemas !!!
Vlw Tiago!
Estranho que era pra ser um poema de amor! rsrsrs
Talvez ainda seja!
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