sábado, 1 de dezembro de 2012

O caminho do asfalto

Uma pipa presa no poste
uma linha solta no ar
um menino
um trabalho

O menino larga o peso
do isopor pesado da vida
corre por entre os carros parados
pula vai pegar a pipa

a linha resiste
o poste resiste
um sorriso como o por do sol
ninguém põe reparo na felicidade

Ele não desiste
a pequena pipa sacode
se enrosca desenrosca
freneticamente balança

eis que ela se dá por vencida
tomba no asfalto
como pedra quer cair
deve cair nas mão da felicidade

Cair … é o destino supremo
negar é a loucura dos justos
o menino volta as ruas e aos carros
a seriedade volta mais branda

mas volta

afinal a vida vence
a pipa é o troféu dos anônimos
heróis de uma infância roubada
e a criança sempre há de vencer

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