Em pé no morro
sofre as dores do tempo
o sangue que corre nas veias
e no coração, artérias de borracha
Asfalto borracha e um tiro
que corre as ruas da cidade
os becos e avenidas
um podre coagulado
veias que entopem
no coração que pulsa parado
veias de um sangue que jorra
conta gota no capital diário
e lá está ele parado no morro
prestes a despencar
a tombar sobre as cabeças desatentas
e os bolsos que tudo pagam
e tombar é inevitável
quando se está decidido a pular
é o destino de quem sobe
de quem sofre
os pés começam a rachar
de a muito estar descalço
na dureza da borracha cinza
caminhando sempre parado
e devagar com uma leveza adiada
tomba ponta a cabeça
e no último suspiro fundo de esperança
eis que abre verdadeiramente os braços
pedaços
de cacos
metal
borracha
espatifam no chão
pulaste do último andar carioca
atrapalhando o transito
e as cabeças desavisadas
Agora o rio de riquezas ocas
encontra um vazio no céu da tarde
um morro e um pé rachado
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Aos críticos do camarote do abismo
Poema dedicado a Afonso Romanos de sant'ana
que com seus palavrismos críticos
esburacou o véu que cobre a ratoeira
que com seus palavrismos críticos
esburacou o véu que cobre a ratoeira
Não vale um poema
escrever ao critico
sobre a copia do criador
nem criaturas copiadas
vale mais viver a vida
olhar pelas janelas do transito
os balanços quebrados
e os cabos que seguram tudo
é um quadrado sem lados
uma beira sem abismo
uma corda sem nó
não vale apena responder nada
fico com o sorriso da criança
com o velho na calçada
formigas que comem migalhas
deliciosas migalhas pelo chão
palavrosos e palavrismos
ficam ocultos numa ânsia de poder
não vale apena dar com os ouvidos as palavras
e esquecer o barulho do chinelo
um vizinho que passa
o som que se arrasta cá dentro
eis que o vento passa
e fico a observar o dia
Postado por
Alan Figueiredo
às
19:40
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