segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quando tudo começou

E do silencio
fez-se a musica

como que do nada
fez-se a fala

o tempo riscou
na pedra da fala passada
seu amor final
de uno e do nada

oh senhor de barabas branca
humanizemos!

Este é Senhor do tempo e do mar
e das distancias da saudade

é um velho que carrega a tira colo
as nostalgias do sono

Orfeu é seu criado filho da borboleta
com a esperança sim duas mulheres e uma cria

O sono penetra devegar
baila a valsa do agora
abre os olhos internos
de pálpebras que não piscam

não piscam jamais os olhos de dentro
e Orfeu tem um irmão mais velho
este mais lento e profundo
que toca-nos dia a dia

o belo travesti negro da morte
não há nada após seus olhos fechados
apenas um grande poço obscuro e profundo
onde caímos em nós mesmos

é quando as palpebras de dentro se fecham
ou piscam quem sabe
não tem lado após os olhos de dentro
nem face nem fronte

é um espectro de si
um espelho fosco de narciso
A morte é o senhor do ridículo
retorno dos deuses

E quando nasci
junto com este universo
sabia todas as coisas
eu erá todas as coisas

da força primeira não sei
precede o silencio de minha fala
mas sei que sou tão velho
como todas as coisas que conheço

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