segunda-feira, 28 de junho de 2010

O caminho

No meio do caminho
não tem pau ou pedra
nem um fim de resto no tacho

o caminho é meio que no meio
é uma metade que não tem inteiro
um nó que não se acaba

não tem pau ou pedra
no meio do caminho
o caminho acaba ao meio

inteiro reduzido ao instante
ninguém sabe do ultimo suspiro
talvez ficou algo pendurado na estante

tabuletas nas paredes dos bares
roupas no rol que não se lava
e o poema que jamais será escrito

as pedras não passam do caminho
cacos de vidro coisas agudas pra machucar
toco, madeira e vamos rir pra não chorar

A grande ilusão de caminhar adiante
de ser caminhante de caminhos tortuosos
sim

pedra
flor
cacos
forma
cor

nomes alheios
livros estantes e dedos
tecendo a teia de se caminhar

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