(Precisamos de uma terapia social)
Um abraço e um beijo
Nos olhos de Capitu
É no que não sabemos
Que temos todas as certezas
No silencio se tem a certeza de se estar existindo
Um vazio corpo balançando nos assertos ordinários
Passagem do discurso para a fala
Da evidencia para o fato
São sempre “in-certos” momentos do agora
Assertivos dardos das minha palavras
Lógica interna de se achar sempre
Para não titubear diante do extraordinário
Devemos crer com quem sabe
Pensar como quem age
Sonhar como que vive
E lá na esquina dobram-se o cotidiano
Pisam nas palavras de uma possível verdade
E querem que elas representem a realidade
Mas elas são tortas e nasceram assim
E não adianta querer muito delas
Porque ?!...
Porque há mais verdades no silencio
Do que todos os livros da estante
Cada pausa destes versos
Momentos de inspirações efusivos
Brotaram de um silencio
A posteriori sempre
Narciso não quer ver
Não quer cumprir o destino
Narciso quer sonhar que vive
Morrer sonhando é melhor
Porque
não se morre de espelho
No espelho não se afoga
Se acha ... fotografa
Se vive na evidencia pura do agora
Filtrada em belas ferramentas virtuais do engano
Sou aquilo que quero ser
Corrijo a realidade para amenizar as coisas
Reparar os erros e as arestas
Me encaixar perfeitamente hermético
Porque afinal a tela
não perdoa
Os olhos não perdoam
Devemos então fura-lo?
Não ... Por favor Édipo não invada meu espaço
Então ...
Todas os deuses são metáforas do que devo ser
Não ... não fale todos
Não fale sempre
Não aprendeste nada na escola da relatividade?
Me parece
Sugiro
Neste aspecto
São boas palavras para não se dizer nada
Afinal
Quem nada diz
Comunga com os erros da verdade
Quem justifica o nada
Galga os degraus dourados da história
Siga a corrente remando seu próprio barco
Mais fácil meu caro amigo
Deixe o esforço no labutar das palavras
E agora como eu costuro esse devaneio todo?
Como eu termino estes versos soltos?
Talvez não termine
E boto mais na conta do silencio
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