Olha quem vem lá!
Na contramão das utilidades contemporâneas
Desponta a saudade nas pompas de um futuro prometido
Que definhe o ego nacional
Sonhar em demasia
Viver para com o passado
Não resolve nada
É porque nos olhos da memória ressoam ecos
Sons de um passado triunfante
Ecos conservadores curtidos em sangue colonial
Olhos embaçados de uma saudade torta
Olhos engolidos pelo mar da ganância
O velho mar não perdoa
Seus filhos habitam terras alheias
E vocês andam a chorar saudades sem fim
Acordem oh Portugal adormecido
Acordem meu irmão mais velho
Minha mãe zangada
Meu pai bonachão e repleto de mansidão
Para ... tudo
Acordem
E percebam a nova colonização
Colonos sem pátrias
Colônias sem fronteiras
Ou como disse o poeta moçambicano
Recolonialismo
Não nos falta gente e palavras
Falta-nos entendimento e coragem
Falta-nos união
Deixemos a entonação para os puristas
As palavras ainda são de nossa mãe
Colemos o ouvido no entendimento
Se esta carta chegar ao velho continente
O que duvido
Perdoe-me o estilo
Mas mande um abraço na tia
E um beijo na velha sombra da saudade
Nenhum comentário:
Postar um comentário