Não é porque
Coloco uma linha
Em baixo de
Outra
Que posso chamar
Isso
Ou aquilo
De versos
Nem que versos
Em baixo um
De outros
Possam ser chamados ... poema
Não porque contos silabas
E tenho métrica e cadencia
Poderei entrar no reino
Dos versos livres
Nem citando
Ou melhor inferindo
Clássicos de nosso passado
Para poder fazer um poema
Há de se prender para poder
Ser livre
Se esquecer o agora
Para o saber d´ontem
Dentro de obviedades
Como estas
Que se encontram a poesia
“Poesia
Tem tudo haver com minha felicidade
Com sua felicidade
Poesia
Tem tudo a ver com tudo”
Sim ... Mas nem assim há de se salvar seus versos
Uma poetiza moçambicana
Não vai salvar seu poema
Nem vai dizer qual lado seguir meu caro
Desalinhado
Tu ... desalinhado
No avesso da justiça
O juiz de sua causa
Não julga méritos nem formalidades
Por mais que alguns até o queira julgar
Não ... Não é possível
Falemos as claras
O Juiz de minha causa
Julga o cerne da obra
Procura ali nos cantos profundos
Por entre as inferências das metáforas,
as vezes sem perceber é claro,
um centro que reúne tudo
em certos poetas
fica no indizível
e outros
condensam em palavras chaves
isso feito
esquarteja-se tudo
na busca infinita
de não se achar nada
Ah! Quanta preguiça
Os versos que são livres
Não ganharam a liberdade
O poema
Está nos olhos do leitor
Enquanto a poesia meu amigo
Derrama nas frestas de tudo
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