Vozes ecoam neste silencio
Observo o horizonte de meus eventos
Na espera de um amanhã ... talvez
Melhor
Naquele mês, alguns minutos atrás
Quando o improvável era apenas
Um fio pendurado no jogo político
Retrospectiva torta de um passado ... já conhecido
Eis que a verdade veio a superfície
Os sem discursos vieram quebrar tudo
Invadiram as ruas ... avenidas
Mensagem recebida e não ignorada
Ruminante ainda não morreu
Mostra sua cara na aventura do desconhecido
Vozes no silencio ainda indefinidas
E quando tudo passar
Nos restará a historia
A por palavras nos livros didáticos
Força dos que falam
Atitude dos que não se enganam nunca
Ah! Aqueles que sabem a verdade de seu tempo
Mentem a si mesmo do mais alto grau da retórica
Mais fino licor da mentira
Eles acreditam
Eu que só tenho as metáforas e o silencio
Não me arrisco na visão do todo
Talvez acerte uma virgula
Ou fique preso em alguma reticências
Mas sou atado apenas a proposta
Não passo para alem das palavras
Não posso
Também não me absolvo desta culpa geracional
Carrego-a no bolso de uma roupa mal passada
Um nó fiel preso em minha garganta
Quanto mais se puxa ... mais aperta
Amanhã
Quando ontem será sempre ontem
E o agora uma passagem segura para o depois
Amanhã
Quando nunca será tarde
Quando nunca será cedo
Serão só palavras postas no sentido da vida
No sentido de um mundo ordenado
Ordem de dentro de nossa caixa Newtoniana
Pratica hedionda de verificar sempre
Analisar meu espetro indefinido no espaço
No fim ... deixo este fio solto pendurado nos últimos versos
Cada verso já fez sua representação possível
Fiz um passeio naquele mês ... no meu mês
Um passeio no nada que reveste tudo
No fim ... Não devo me espantar afinal
Finalizo com a insuperável metáfora grega
Isso tudo é apenas o insaciável Chronos
A devoras seus filhos
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