De silencio fez-se o som
Como que do nada veio a ordem
Na gênese sem resposta do que existe
Não tem meios nem fins que caibam
Cada pó
Que cuide de sua poeira
Cada vida
Que viva suas escolhas
Equações gerais sem respostas
Matemáticas de tolos sociais
Genialidades próprias de um sujeito
Em predicados momentos existências
Aquele dia que não foi
Mas devia ter sido
São momentos dessa massa carbônica
Cheia de lembranças e expectativas
Todos dormem este sono necessário
Servos de nossa liberdade
Culpados de um juízo subjetivo
Na eterna busca do objeto ... liberdade
Sigamos a trilha de nós mesmo
Como pombos ciscam na praça
Passamos retos e livres
Escravos de um agora inevitável
As musas se calaram
Bits desalmados policiam o perímetro
Devo ser no limite do possível
Apertar botões a esmo na espera do nada
O medo ainda é a mais poderosa arma
Não superamos Cezar nem czares
Apenas refinamos o veneno doce da
palavra
Na tela desta realidade
O pano de fundo que tudo cobre
Fez-me sozinho diante do nada
Preso por mim mesmo
O mais assíduo dos carcereiros
Eu que não sou se não uma imagem
Um fantoche ditador do que devo ser
sou esta ignorância bem vivida
Neste mar de gente bem armada pra vida
Eles que sabem o fazem
Que são felizes na medida do possível
Vivem este nó cego
Sem muitos embaraços
Programados num projeto dos que
sobrevivem
Engenharias pisco sociais da ética
Modelam o modelo que deveria ser
Escapam felizes desta fardo de se
escolher sempre
O fardo de não se saber de fato
A sina da vida sem escolha
É uma foto que nunca foi real
Apenas ficou o amarelo sorriso mal dado
Que suspendam o tapete do agora
Porque a faxina
Já vai começar
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