O teu silêncio mostrou-me o limite
Medo de ser mais um humano
Nas genialidades rotas do cotidiano
Críticas derradeiras de uma poesia sem
fim
Temperadas em palavras desmedidas
Em um mundo que não sabe ser gentil
Que olha para um espelho torto
E não sabe se é perola ou porco
Humildades necessárias
Neste mundo da desconstrução
generalizada
Proteções para um eu lírico sensível
Sobreviver
Este vazio que reveste tudo
E o nó frágil que segura meus braços
Me faz escrever cada verso
Na tentativa de exprimir o inexprimível
É esperar de mais da poesia
E desta inutilidade de fazer versos
Se não para aquele que escreve
E o leitor é mero acaso
As vezes de uma inconveniência desmedida
Na busca profunda das palavras
O poeta está perdidos entre metáforas
E figuras de linguagem
Jogos perigosos
Para quem tem coração de versos
Jogos com palavras
Que não saciam a realidade
É sempre o lado outro que não disse
Mas teimou em bater cá dentro
No desencontro dos desencontrados
Sintonizam-se no entendimento do
silêncio
Nesta lógica do não enquadramento
No medo do porvir
Escrevo a ti e a toda humanidade
Porque no fim escrevo se não para mim
Uma crueldade analítica
De meu eu lírico desmedido
No eco de nunca encontrar o Narciso
Nas repetições da vida
É sempre este querer já sendo
Nos tempos imperfeitos
Em versos verbais do não dizer
Por isto peço licença
Me perdoe a intromissão
Esperarei calado
Neste eterno silêncio
Esperarei o momento da fala
Para enfim talvez
Compreender
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