terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O jornal de cada dia

Caiam gigantes mundos
o mar entra pelas frestas
e eu surdo e imundo
dos jornais do agora

seja o que for dito
não é mais presente
ausência do dialogo
sim morte instantaneamente

como se fosse um bebado
sujo das quinas dos muros
completo alienado mundo
das verdades dos fluxos

e seja como for
aquilo que se disse antes
não passa de um pedaço
amassado do instante

que não foi
que não é
jamais representado

e os sinos dobram
lembrando-me do momento
e de fazer-nos a ultima prece
porque a morte não tarda

Rezemos

informação que há por vir
santificado seja vosso nome
criaremos o vosso reino
e que assim seja nossa vontade

tanto na terra
quanto no ceu

o jornal de cada dia me traz hoje
contemplais vossas ofensas
assim como contemplo
os meus ofendidos

não nos deixais sentir a informação
e livrai-nos do mal
amem

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