Poema dedicado a Afonso Romanos de sant'ana
que com seus palavrismos críticos
esburacou o véu que cobre a ratoeira
que com seus palavrismos críticos
esburacou o véu que cobre a ratoeira
Não vale um poema
escrever ao critico
sobre a copia do criador
nem criaturas copiadas
vale mais viver a vida
olhar pelas janelas do transito
os balanços quebrados
e os cabos que seguram tudo
é um quadrado sem lados
uma beira sem abismo
uma corda sem nó
não vale apena responder nada
fico com o sorriso da criança
com o velho na calçada
formigas que comem migalhas
deliciosas migalhas pelo chão
palavrosos e palavrismos
ficam ocultos numa ânsia de poder
não vale apena dar com os ouvidos as palavras
e esquecer o barulho do chinelo
um vizinho que passa
o som que se arrasta cá dentro
eis que o vento passa
e fico a observar o dia
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