Fiz a mala hoje devagar
com um desejo de ir misturado
a uma saudade antecipada
sempre faço as malas
volto porque não fui de fato
é um instante entre o ir e vir
que me encontro desencontrado
desencontrando caminhos
pessoas e lugares
passos atoas na minha solidão viajante
próximos passos ainda não dados
voltar não posso mais
meu caminho é longo
que com passos curtos
vou trilhando assim devagar
minha vida é um mala sempre pronta
prestes a tencionar a alça
inclinando na direção do mar
mais um destino certo
uma rota e vários caminhos
o nó da retinida que sustenta a mala
pendura minha vida nas bordas do navio
mais um dia de trabalho
na esperança do viajante
fica a mala pendurada
e a certeza que irá voltar
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