Quando a borboleta
filha do Caos com a Deusa mãe
nasceu
a lua mudou de forma
as águas quebram nas pedras
das pedras fez-se areia
das águas fez-se mar
na terra formou-se barro
e a esperança a grilar
nasceu a deusa do acaso
a borboleta nasceu no ar
regendo coisas de dentro
que de fora movia-se
a esperança nasceu do nada
ao nada voltou
um ser único
que brada seus grilos constantes
pouco a pouco
o ruido fundo da esperança
atraia a enorme borboleta amarela
junto a terra borrosa dos pântanos
duas forças se uniram
alunas futuras de lebos
amaram-se profundamente
como a mistura no barro
e desta união
surgiu Aratão único filho
Nascido do barro e sem costelas
primeiro humano a pisar na terra
Sobre Aratão
Enquanto nascia destas forças
a deusa do acaso amarela
penetrou tão profundo na terra
que hoje ela nasce sem asa
um ato de amor materno
transfigurou suas asas
nas costelas de seu filho
e no ultimo sopro de vida
arrastou-se fora do pântano
E deste ato puro surgiu Sesta
Irmã do peito de Aratão
que amaram-se
criando todos os viventes
Hoje que o tempo é passado
e a história é escrita
toda vez que um que ser que se arrasta
pousa em um galho de arvore
refazendo sua costelas de asas
um humano deve voltar ao barro
quando a Deusa sai de seu ninho
gota a gota ela seca a água do barro
e rege todos os movimentos do mundo
Sobre Sesta
No início eram dois
que a terra unia em seu amago
com a união de duas Deusas
do androgeneo fez o sexo
O grilo da esperança
afundou no barro
dividiu-se em duas parte iguais
e cantou dentro de Aratão e Sesta
e o barro levantou-se
A deusa do acaso criou casulo e costela
para ambas as partes
e O Grilo e A esperança
se dividiram em iguais que se encaixam
A esperança formou Sesta
O grilo formou Aratão
pedaços de uma mesma parte
de duas Deusas iguais
Sobre a morte da esperança
Uma esperança nunca morre
não como conchemos a morte
deste lado barrento da morte
Quando canta a cigarra
ou o grilo no mato
um ser nasce
A esperança é mãe, filha, filho e pai
de todos os viventes
e todos feitos de barro
como os humanos
Se um dia morrer a esperança
o barro não mais levantará
e da musica fez-se o silencio
como da fala fez-se o nada
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