No meu peito de poeta
trago rimas e passos
pedras e caminhos
botões e laços
O tambor que aqui bate
não clama guerras nem batalhas
implora uma justiça
que é justo sem medida
não há réguas no coração
o justo é o nó bem desatado
passo a passo nunca medido
sempre amado
e luto
pelo meio termo que não tem metade
espaço do latifúndio que não reparte
a força que grita cá dentro
da miséria alheia que não tenho curado
é fácil falar que não tem cura
quando se está a 10 mil pés de altura
e gravatas na barriga
escondendo o falos de cabeça baixa
como é vã seu discurso
doutor fulano sem doutorado
das letras se faz papel
dos pobres oremos a deus
coitados
zumbis que se arrastam
desacordados na tela diária
lendo ajudas de papel impresso
sobrando nas jaulas engorduradas
quero sacudir suas cabeças
pular em seus pescoços
usar minha voz e as palavras
para render nosso carrasco
sim nosso carrasco
a muito venho lutando
venho rimando
espantando sobras que não suporto
Acredite criança no jardim
ainda há liberdade
aproveitemos o pouco de sol
que entra pelas frestas
e façamos com arvores
pacificas e solitárias
andemos de mão dadas
porque o dia há de chegar
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