quinta-feira, 21 de maio de 2020

Poema à Ioná




Naná quando criança me chamava de Lam
Ela sempre ria de minhas palhaçadas
E era de uma sinceridade
Que assustava os adultos e os encantavam

Tinha uma seriedade amena
Uma força de encarar o mundo tranquilo
Que só as crianças geralmente tem
E sua gargalhada destruía nossas melancolias

Sorte daquele que já viu Naná sorrir
Paz nos corações aflitos
Ultimo refugio nas covas inocentes do sorriso
Asas protetoras em um mundo tão cruel

Ah! O mundo ... O mundo é grande e pequeno
E com propósitos e predicados
Que nos afastam ou aproximam
Quem vai saber do até quando ou até onde?

Passei anos distante minha amiga
Muitas águas passaram no rio de nossas vidas
Acompanhei de longe e torcendo
Por aquela simples torção que quase levou o mais belo sorriso

Quando Zé Galinha nos deixou
Lembro de estar na distância de uma varanda
Fumando um cigarro pensando que o mundo ficaria mais triste
 E não iria ver mais aquele abraço de lado e seu largo sorriso

Muitas águas se passaram minha amiga
Hoje nas contingências do mundo
Nos aproximamos de corpos e copos
E tenho a honra de ver seu sorriso

Você me ensinou que o perdão
Precisa de tempo pra perdoar
Que a atenção com os amigos
É como cultivar flores

Eu como borboleta no mundo
Demoro a apreender esta imagem
Ah! Como tento pratica-la
E entender esta força da natureza que você é

Que nossas histórias continuem assim
Cada reencontro um começo
Cada dia um agora
Cada amanhã com seu passado

Um Beijo minha amiga

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