quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O silêncio que precede o caos



No fim do jogo, o rei e o peão voltam para mesma caixa
Provérbio Italiano


Abram-se as janelas
Deixemos a realidade entrar em nossos retinas
Imagem desbotada de uma janela voltada para outra
Um não vista para lugar algum

Um caixa que se chama apartamento
Fresta de nome janela
Carros que parecem não haver pessoas
Portas que se trancam como grades

Eis que o servo moderno é seu melhor carcereiro

Trancam-se na instituição do medo
Sentem eternas melancolias de uma realidade perdida
Uma saudade que nunca se esgota
Que escorre pelos azulejos da cozinha

Ah servos modernos
Livra-voz deste acordo invisível
Que vos cega do mais ordinário dos acontecimentos

Olhem ali ... Bem adiante

Uma flor amarela
Nasce na quina do muro
Recolhe o pouco de sol
Nas sombras de uma cidade suja

Quanta beleza filtrada nos olhos do cotidiano
Obediências camufladas nos costumes
Artificialidades naturais do dia a dia

Olhem ali ... Servos modernos
O silencio
Denuncia

Sua mais profunda solidão

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