Deram tiros na face de um cara
ele só dizia a verdade por trás da cortina
da cortina suja do teatro político
uma verdade inferida e suja
quem vai sentir falta se ele morrer
a mãe e o pai, talvez?
As coisas são mais sérias do que parecem
eis que vejo o silêncio da maioria
preferem ver corpos sarados na novela
sangue? sai pra lá coisa ruim!
senão espirra na calça cara
comprada a muito custo!
Silêncio estranho
cade a compaixão humana?
nossos entes tomando tiro por falar a verdade
e nós aqui sentados olhando pro mundo televisionado
tiros na cara do traidor
de um sistema que rejeita a verdade
mas a verdade não se cala com balas
nem com a força bruta
basta! isso me enoja
como falar de amor
se o tempo é da morte das vozes
e batemos palmas pro grande espetáculo
que grande ironia
palmas para o espetáculo da vida
da morte
e do silêncio estranho que envolve nossos peitos
2 comentários:
Olá, Alan!
Fiquei lendo e relendo seu poema, por volta de uns 20 minutos....é muito bom!Não sei se já comentei, mas meu TCC é sobre Carlos Drummond...e seu texto não tem como não me fazer lembrar do discurso de Drummond, principalmente no livro "A Rosa do Povo".
Curti muito!!!
Ola Alexandre
muito obrigado
adoro o mestre deste vasto mundo
não temos como fugir da polírica
a pequena rosa que fura o asfalto
tão fragil!
eu tenho alguns poemas que fazem referencia ao tempo em que estava lendo Drummond. vou postar ainda.
obrigado pelo comentario
e estaremos sempre em contato
e viva a comédia da vida!
Até Alan
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