Eis que disseram que nada sei
e todas as coisas humanas transbordaram
entre a taça e o veneno
agora sou tudo até o cosmo tem pedaços de mim
pedaços de minha ideia de cosmo
uma alma que perpassa o inteligível
que já soube dos mundos que não sei agora
uma alma que me liga a tudo que existe
cavalos suprassensíveis
eis que toda criação
e não-criação
deriva do mundo inteligível
nas sombras vivemos
da caverna não saímos
sombras são meus corpos
na luz o verdadeiro princípio
as correntes, as amarras
não me deixam levantar
o movimento é necessário
Parmênides que me perdoe!
Não me engane o pensamento
por trás da ave o voo
da flecha a chegada
e do ser minha alma
sim, a mesma que preferiu
beber do veneno
à mentir a sua cidade,
queridíssima cidade,
cidade das sombras
das luzes que não se vê
da verdade velada
entes que não consigo abandonar nas sombras
ideias perfeitas demais
sobrando no mundo das crueldades humanas
e ele sonhou com o futuro
livre de amarras e sobras
amarras sensíveis
demasiadamente sensíveis
e dividiram o mundo em dois
em espelhos foscos de narciso
dois mundos
e uma alma
no meio o mundo lunar
homem não é casa e jamais será sapato
o que é, é!
Mas isso é a próxima estória
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