quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O louco de um real engano


O louco escuta um zumbido
que emana de um real anterior a este
(UNIVVVERRSSO GENTILEZA)

Não tenho muito tempo
o estomago me corroí por dentro
paro nesta cidade
vejo luzes postes e escuridão

motos que batem carros
batem pessoas
na luz
de um olhar angulado

quinas de ruas em que tropeço
ando tenho que andar
parar assim só pra descansar
e não parar no médico de cabeça

NÃO … sou maluco
apenas ando pelas nuvens
colhendo borboletas

As vezes eu sei assusto
com meu passo descompassado
nas ruas desta cidade

seja como for
tenho me curado
vou andando assim sem deixar rastro

picotando meu caminho
usando o estômago para me salvar
e mãos que estendo ao céu para matar fome

agora me liberto
das garras de minha prisão
a noite sou livre dos olhos e da retidão

eu sou um gesto largo
tão largo como uma pluma
tão sóbrio que tenho sobrado

restos de um mesmo mundo
caídas em meus ombros
uma falácia de minhas mãos

ando em todas as direções
sou peixe mar espinho
cura de um sonho que vive

não sei falar aos outros
não sei mas me entendem
os dedos que apontam meu desassossego

faço o que posso
fujo sempre de mim mesmo
e do caçador dos que voam

vou contar então meu segredo
eu voo bem próximo ao chão
por isso não paro de andar
quero continuar voando

quando a noite cai
e os olhos retos
que não curvam jamais
voltam si na escuridão

voo acima das nuvens
lá onde os raios de sol morrem por ultimo
eis que colho minha borboletas

O dia vem
e tenho que voar
mas voo agora bem rente ao chão

não posso deixar me pegar
me prender nas correntes de remédios
e camas de uma macies profundas

não posso olhar pro céu
ando meio cabisbaixo
se não subo ao céu e to ferrado

agora que falei a verdade tenho que lhe avisar
não conta meu segredo de voar
não olhe pra cima até o por do sol

por que se você olhar
cuidado vai se perder
e nunca mais voltar

Nenhum comentário: