Quando ouço meu silencio
É sempre um espanto de se estar vivo
O universo tem silêncios impenetráveis
Que mal se pensa que existe
Mas ninguém ouve o silencio de fato
Só a morte talvez venha a dar forma
A este recurso da linguagem
Metafísica de se falar no silêncio
Uma necessidade de não ser
Para enfim entender o contraste da fala
Dos sons que permeiam tudo
Sons que movem este corpo cansado
Escapar não é possível
Deixemos essa loucura aos profetas
Eles que sabem exprimir do silêncio
Esse reinventar dos que falam
Fiquemos então com os nossos silêncios
Tão nossos que nenhum outro poderia ser
Tão óbvio que nem observamos a fundo
É sempre um momento que passou
E passou
Passou
Passou
...
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