que brota nas flores
nas grades das casas
um cimento duro que a tudo engole
não há teto nas ruas
da cidade
mas moradores povoam
suas ruasum pingo de chuva
no pé sujo na calçada imunda
um corpo levanta
a sujeira fica nas
quinas dos muroscambaleando
é mais um dia que vai acordar amanhã
e um coração imundo
não vai mais levantareste corpo morreu ali
entre a rua e a calçada
procurou a morte a todo
custo
encontrou a vida das
ruasa cachaça diária
engolida para não viver
Aqui jaz mais um
mendigo
um corpo em frente ao
caixa eletrônicoo sol nasceu na segunda
e um velho morreu na calçada
entre a rua e o vidro
um cliente apressadoolhou a dureza da morte
e esgueirou-se para dentro do caixa
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