segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A morte amena


A morte é tão obvia
Que somos cegos diante da paisagem
Podemos ouvir os pássaros
Mas jamais velos por detrás dos montes

Eu sei um dia acaba
O absurdo simples invade o cotidiano
E o obvio se torna oculto
Lagrimas para curar a falta

Flores para os mortos
Os vivos festejam a triste partida
A derradeira festa da vida
Os pés a caminhar soltos dos corpos

Amanhã é segunda
Todos continuam a vida amena
Uma necessidade de partir
No feixe da consciência da vida

O sol invade a varanda da casa
A casa vazia
Primeiros passos estreiam a manhã

Eis que a imagem do espelho
Me diz:
Estou vivo
E metafisica alguma há de racionalizar isso

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