quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O corpo no jornal

O corpo desfigurado

Balas de fuzil por todos os lados

Assim vai a guerra no oriente médio

Assim vai nas favelas da minha cidade



Mataram o lider na Libia

Muitos já morreram nesta cidade

Famozos chefes de quadrilhas

Drogas diarias da TV



Sigamos então nosso caminho

É a vida que pulsa no peito

O sinal que abriu

E volto pra casa feliz

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O muro acrilico da linha amarela

O muro acrilico da linha amarela
Tampa aquilo que deve ser visto
Gravuras translucidas
Escodem o decaso histórico

Esse meu rio de janeiro
Que a desigualdade está nas vias espressas
Nos morros e nas armas da opressão
Um dia ainda vou embora

E vou chorar
Lembrando de minha infancia suburbana
Anne Frank aprendeu viver
Mas o acaso não permitiu

Quantos vidas presas atraz do muro
Muro moderno menos trite e mais profundo
O muro de brincadeira
Dedo de criança que pinta

Gravuras que escondem os outros
Aqueles poucos da novela de Manoel
Muitos da navela da vida
Uma dor de cabeça profunda

O muro limpo
Separa a vista do visto
O justo da justiça

Não há mais sistemas e dicotomias
A separar como na guerra fria
É uma guerra suspensa no ar
Presa nas transmissões telefonicas

Muro algum há de separar esta guerra
Vitimas de um muro moderno
Decorado na escola do filho
Nos dedos dos grandes economistas

Pagamos e criamos um muro
Que esconde nossa casa
Nossa vida de morron e tijolos
O descaso que esconde de mim mesmo

O que sou na novela da vida
Papel que sobrou
Dinheiro pouco que não sustenta

O onibus me chegou
Vou pro trabalho
O muro fica para tras

Ainda não fecharam as portas
Mais um dia no centro da cidade
Menos um dia de vida