sexta-feira, 31 de março de 2017

A morte do Zé ninguém



Muitos estão chocados
Morreu o Zé ninguém

Ele que não podia ter ideias geniais
Ele que estava preso a propaganda
De refrigerantes enlatado de sua consciência
Ele que repetia opiniões porque não podia tê-las.

Ignorava porque aprendeu assim
Ontem é mais do que hoje
E você não tem o tipo
O tino para estrelar sua própria vida

Sigamos então
Coma
Beba
Compre

Ele que só é humano quando morre
Faça-me o favor de deixar
Herdeiros com sobrenome
Para lhe enterrar os ossos

Zé ninguém perdeu os sapatos
És um pouco menos do que tinha sido
Menos um
Menos dois

Menos ... mais um morto
Celebramos ao Zé ninguém
De lugar algum

E todos se espantaram com sua morte
Não pelo fato objetivo ou empatia é claro
É porque viram no espelho sua própria sorte
Zé ninguém morreu afetando os estômagos fracos

De roupa maneira
Zé ninguém mostrou para os que assistiam
Que ninguém é mais do que isso
Finalmente ele se igualou a todos

Zé ninguém!
Faça-me o favor de morrer sem muito alardes
Se possível ir ao caixão sem dar trabalho
Não suje a lindíssima avenida

Zé Ninguém!?

Todos que acreditam na vida
Não olham o coitado do Zé
Eles se olham espantados
Com a ânsia do vomito engasgado

Zé Ninguém morreu deixando um espanto geral
É porque eles acreditam que a base da vida é a diferença
É ser alguém

Mas eles não sabem Zé ... que somos todos Zé ninguém

quinta-feira, 23 de março de 2017

Sentido da vida

<



A vida favorece o encobrimento
O desvelar é uma instancia prazerosa
Maria foi a feira
E voltou cheia de novidade

Enfim tinha

As fofocas para toda semana