quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Poema estudo sobre o silêncio



(3 Segundos)
Poema estudo sobre o silêncio

... (1.5 Segundo)

Existe o silêncio que inicia a fala
Silêncio ... Principio
Justa medida para dar espaço
Para abrir a porta na sucessão dos sons

... (1 Segundo)

As vezes o silêncio traz um retorno necessário
Um eco substancia
Estilos e tempos internos
Daquele que vos fala

...(0,5 segundo)

O silencio fica curto
Quando queremos aproximar as ideias
Chamar a atenção para uma quebra
                                                                              ... (0,5 segundo)
Ou um desenrolar dos versos e das metáforas

...(2 segundos)

No fundo o silencio controla a vida
Nos sucessivos respirar dos que falam
Alinham as inspirações
Harmonizam a ventilação dos que comungam do mesmo silêncio

...(4 segundos)

O silencio pode ser desconfortável e constrangedor
Sugerir finais intermináveis
Suspender os ares e toda expectativa
De serem boas as palavras ou demasiadamente pesadas

...(2 segundos)

O silencio traz alivio
Um entendimento epifanco por entre os versos
Sentimentos eternizados nas diástoles do coração do ouvinte
Curvas orgasmicas do amar a realidade

...(1,5 segundo)

O silencio projeta as sombras de nossas palavras
Reflete por entre os sons
A incompreensão necessária dos que falam
Ruído eterno da vida

...(2,5 segundos)

Ah ... O silêncio

...(2 segundos)

Sustentação dos que vivem
Simbolismo absoluto dos que morrem
Substancia ... primeira da saudade
Objetivo ... ultimo da linguagem

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O silêncio que precede o caos



No fim do jogo, o rei e o peão voltam para mesma caixa
Provérbio Italiano


Abram-se as janelas
Deixemos a realidade entrar em nossos retinas
Imagem desbotada de uma janela voltada para outra
Um não vista para lugar algum

Um caixa que se chama apartamento
Fresta de nome janela
Carros que parecem não haver pessoas
Portas que se trancam como grades

Eis que o servo moderno é seu melhor carcereiro

Trancam-se na instituição do medo
Sentem eternas melancolias de uma realidade perdida
Uma saudade que nunca se esgota
Que escorre pelos azulejos da cozinha

Ah servos modernos
Livra-voz deste acordo invisível
Que vos cega do mais ordinário dos acontecimentos

Olhem ali ... Bem adiante

Uma flor amarela
Nasce na quina do muro
Recolhe o pouco de sol
Nas sombras de uma cidade suja

Quanta beleza filtrada nos olhos do cotidiano
Obediências camufladas nos costumes
Artificialidades naturais do dia a dia

Olhem ali ... Servos modernos
O silencio
Denuncia

Sua mais profunda solidão